Miradouros e Grutas da ilha Terceira

 Sábado, dia 17 de Fevereiro, o despertador tocou às 5h da manhã. Arranjámo-nos e seguimos para o aeroporto. Chegámos à Terceira às 8h30 de lá (9h30 em Lisboa) e fomos recebidos por um sol radioso! Levantámos o nosso carro (que tínhamos alugado pela internet) e às 9h já estávamos a passear. 
 Mal saímos do aeroporto fomos directos à primeira paragem: miradouro da Serra do Cume. Daí tem-se uma vista espectacular para a chamada "manta de retalhos", os prados açorianos bem verdinhos delimitados por murinhos de pedra. São inúmeros os miradouros espalhados ao longo da ilha, mas este é o mais famoso, situando-se na maior cratera dos Açores e de onde se tem uma paisagem muito bonita. 


 Daí seguimos para a vila Praia da Vitória, onde subimos (a pé) a mais um miradouro - Cruz de Dona Beatriz. Mais uma vez uma vista magnífica! 


 Continuámos de carro até ao Porto Judeu, onde parámos em mais um miradouro, com vista para o Ilhéu das Cabras, duas ilhotas vulcânicas, outrora uma só.


 Depois de uma manhã passada em miradouros a admirar paisagens magníficas, fomos almoçar a São Mateus da Calheta, uma freguesia ribeirinha conhecida pelo seu porto de pesca, naquele que é apresentado como um dos melhores restaurantes de peixe dos Açores, o Beira-Mar.
 Não tínhamos feito reserva, mas como fomos ao meio-dia não houve problema, pois a partir das 13h já teria sido impossível, uma vez que o restaurante ficou cheio!
 Começámos pelo típico queijo fresco açoriano com massa de pimentão e por experimentar as cracas, que não achámos nada de especial. 
 A seguir dividimos uma deliciosa sopa de marisco no pão, gambas à guilho e uma saborosa espetada de cherne com camarão. 
 Para terminar em grande provámos o famoso doce D. Amélia e adorámos!  
 Foi uma óptima refeição, sempre acompanhada por Kima (a bebida de maracujá dos Açores), e saímos de lá muito satisfeitos.


 

Após um belo almoçinho fomos à Gruta do Algar do Carvão, que é basicamente o interior de um vulcão. Algo espectacular! 
 Já com 3200 anos, esta gruta existe graças à ajuda da lava que tentou sair por um sítio que não conseguiu e depois lá saiu por outro, formando um largo tubo que está coberto de vegetação. 
 Parece mesmo uma encenação do livro de Júlio Verne "Viagem ao Centro da Terra".


 Depois fomos às Furnas do Enxofre, mas não eram nada comparadas com as Furnas de São Miguel. 
 Demos a volta e voltámos para o carro, em direcção a mais outra gruta, mas diferente da que tínhamos visto primeiro (que era na vertical), sendo esta na horizontal. 

 A Gruta do Natal é composta por longos corredores criados pela lava que escorreu por ali. No total tem 697 metros de extensão, com uma altura máxima de 12 metros. No interior é possível observar vários tipos de lava e estalactites. Nesta gruta foi preciso usarmos um capacete, pois havia partes mais baixas e eu bati com a cabeça duas vezes (ainda bem que estava protegida!). 
Inicialmente a gruta chamava-se Galeria Negra, tendo sido rebaptizada por Gruta do Cavalo, mas o seu nome actual deve-se a uma singular tradição que os Montanheiros, o grupo que tornaram possível visitá-la, iniciou em 1969. No dia 25 de Dezembro desse ano o Patriarca das Índias D. José Vieira Alvernaz celebrou a missa de Natal na gruta. Desde aí que se têm sido realizadas a Missa de Natal e a gruta até foi palco de um casamento.




 Com as duas famosas grutas exploradas fomos até à Serra da Santa Bárbara e subimos (de carro!) até ao topo, a mais um miradouro. Infelizmente aí começou a chover estava imenso vento, por isso admirámos a vista e voltámos a enfiar-nos no carro.


 Terminámos o passeio de sábado na vila Cinco Ribeiras, a lanchar no Queijo Vaquinha, uma bela tábua com dois tipos de queijo da ilha e bolo lêvedo. Que boooom!


 Depois do super lanche fomos ao hotel, deixar as malas, descansar um bocadinho e arranjarmos-nos para o jantar, que foi no restaurante Caneta, outro muito conhecido da Terceira. Eu comi um delicioso bife de alcatra e o Luís provou a famosa alcatra de carne (o prato mais conhecido da gastronomia terceirense), que tem como ingrediente principal carne de vaca, confeccionada lentamente num tacho de barro e servida com pão (para o encharcar de molho) - estava óptima! Terminámos a refeição com ananás e saímos dali a rebolar!!

 No domingo aproveitámos para dormir e depois de um super pequeno-almoço de hotel (faltou o bolo lêvedo) fomos explorar Angra do Heroísmo, a sua igreja e o Jardim do Duque da Terceira, e o Monte Brasil, sendo um cone abatido de um antigo vulcão extinto com origem no mar. Ali encontra-se a Fortaleza de São João Baptista (uma das maiores fortificações do séc.XVI), onde é o Regimento de Guarnição nº 1, o sítio onde o meu avô nasceu. 



 Ao almoço fomos ao Boca Negra provar a alcatra de peixe, que estava maravilhosa! Como pedimos salada fomos chamados de "maçaricos do Continente", pois o proprietário do restaurante achou que era um ultraje, disse que aquilo era um prato típico e que era só com pão que se comia.
 De barriguinha cheia voltámos a fazer-nos à estrada e fomos ver as Piscinas Naturais de Biscoitos. Se fosse Verão teríamos dado um mergulho, mas em Fevereiro faz frio, por isso ficámos só a admirar a vista. 



 O resto da tarde foi passado a explorar esse lado da ilha até chegarmos às Lajes, onde tivemos de esperar imenso tempo avião porque se atrasou. 
 Foi sem dúvida um óptimo fim-de-semana e um belo presente de anos! Só tenho de agradecer, uma vez mais, ao meu querido noivo.

Comentários

Sofia Amaral M. disse…
Maravilhosa a Terra do meu pai!

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